
No dia 14 de outubro comemora-se o dia da pecuária, e não podemos esquecer da importância dessa atividade para a vida humana, afinal, é por conta dela que temos em nossas refeições a carne, o leite e os ovos. De acordo com a CETESB (2018), a proteína animal foi uma das principais responsáveis pelo cérebro desenvolvido que o Homo sapiens possui hoje. Só no Brasil são produzidos cerca de 35 bilhões de litros de leite ao ano, gerando emprego para cerca de 5 milhões de brasileiros (Globo Rural, 2020), ela é também responsável pela subsistência e segurança alimentar de 1,3 bilhão de pessoas e emprega mais de 26% dos trabalhadores do mundo (CETESB, 2018).
Mas de que forma essa atividade é praticada? Quais os impactos negativos essa atividade vem gerando ao meio ambiente?
Sabe-se que a pecuária além de ser uma das principais fontes de proteína para a alimentação humana, em muitos lugares ela também está associada a sérios problemas ambientais, como: o desmatamento, a emissão de gases do efeito estufa, o consumo excessivo de água, a perda de habitats e da biodiversidade natural (CETESB, 2018). Segundo a bióloga Paula Cals Brügger Neves, do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) a pecuária responde por 92% do consumo de água doce do planeta. Só para a produção de um quilo de carne bovina, Paula afirma que são necessários 15.400 litros, já para a carne suína se fazem necessários 5.900 litros, e de aves (galinha), são necessários 4.300 litros de água.
Uma informação curiosa mencionada por Paula, é que no Brasil já existem mais gados do que pessoas, e que as pastagens ocupam cerca de 172 milhões de hectares, além de 31 milhões de hectares de plantações de soja, cultura ligada à produção de carne. Só por volta de 1990 e 2005, mais de 80% do desmatamento no Brasil foi causado pela conversão de terras em pastos.
Mas será possível realizar a o manejo da pecuária de forma mais sustentável sem causar danos ao meio ambiente?
A resposta é SIM!
Pesquisas realizadas pela EMBRAPA apontam técnicas de manejo sustentável através de sistemas que integram diferentes culturas para aumentar a produtividade de maneira sustentável. Essas técnicas tratam-se de unir atividades agrícola, pecuária e florestal, na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotação. Tecnicamente este sistema recupera áreas degradadas, reduz riscos de erosão, traz eficiência no uso de insumos, desenvolve pastagens com melhor qualidade e maior quantidade, aumentando a capacidade de suporte de animais, além de garantir bem-estar animal pelo conforto térmico e incrementar a produção de carne e leite por hectare (EMBRAPA, 2015).
A humanidade jamais deixará de causar impacto negativo ambiental, mas ela pode sim buscar diversas formas de mitigar estes impactos, proporcionando uma qualidade de vida mais saudável e sustentável para os seres humanos e demais seres vivos habitantes deste planeta.
Referências:
Embrapa apresenta tecnologias para uma pecuária sustentável. EMBRAPA, 2015. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/6442638/embrapa-apresenta-tecnologias-para-uma-pecuaria-sustentavel#:~:text=Pesquisas%20apontam%20que%20as%20principais,de%20manejo%20da%20%C3%A1gua%2C%20ado%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 14 de outubro de 2020.
HOJE É O DIA NACIONAL DA PECUÁRIA: É importante ressaltar a importância da carne e do leite neste dia. Revista Globo Rural, 2020. Disponível em: https://revistagloborural.globo.com/Colunas/sebastiao-nascimento/noticia/2016/10/hoje-e-o-dia-nacional-da-pecuaria.html. Acesso em: 14 de outubro de 2020.
Solução problemática: todas as faces da pecuária. CETESB, 2018. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/proclima/2018/10/24/solucao-problematica-todas-as-faces-da-pecuaria/ . Acesso em: 14 de outubro de 2020.